Dados revelam que isolamento social e medidas restritivas adotadas durante a pandemia do novo coronavírus podem ser alguns dos fatores que têm colaborado para a alta dos casos

Uma pesquisa divulgada pela empresa Serasa Experian indica que os pedidos de falência e recuperação judicial aumentaram em abril, em relação a março. No entanto, com a crise econômica que se consolida a cada dia no país, por causa de deliberações em função da pandemia da Covid-19, os números podem subir ainda mais.

Os dados mostram uma alta de 46,3% em abril na comparação com o mês anterior deste ano. Foram 120 pedidos de recuperação judicial registrados. No caso das falências, o número chegou a 75, um aumento de 25% no mesmo comparativo.

O isolamento social e as medidas restritivas adotadas para evitar o avanço da doença podem ser alguns dos fatores que têm contribuído para o desgaste das empresas. O não funcionamento de cartórios e varas judiciais provocou, ainda, um represamento no número de pedidos desses tipos de processo.

Maior impacto

Os pequenos negócios têm sido os mais impactados. De acordo com o levantamento de abril, dos 120 pedidos de recuperação judicial, quase 100 foram de micro, pequenas e médias empresas. No acumulado do ano, o número segue em alta. Desde janeiro, dos 377 pedidos, 226 foram de empresas menores, 99 de médio porte e 52 de grandes empresas.

O mesmo tem acontecido em relação aos casos de pedidos de falência. Do total de 75, 39 foram contra micro e pequenas empresas, 20 contra grandes e 16 contra empresas médias. Já contabilizando os registros a partir de janeiro deste ano, do total de 315, 173 envolveram pequenos negócios, 85 grandes empresas e 57 de médio porte.

Os números mostram também que as empresas do setor de serviços têm se tornado as mais prejudicadas pela atual crise econômica. Se em março, os pedidos de recuperação judicial de empresas dessa área somavam 44, no mês seguinte o número chegou a 92. Também em abril, no comércio, foram 13 solicitações; na indústria, 12; e no setor primário, 3.

O levantamento aponta apenas os casos de insolvência judicializados, não incluindo acordos extrajudiciais nem os casos em que empresas decidiram encerrar as atividades por iniciativa própria.